terça-feira, 12 de setembro de 2017

DO ABANDONO ESCOLAR

Foi hoje divulgado pela OCDE o habitual relatório anual “Education at a Glance 2017”. O Relatório merece leitura e a ele iremos voltando começando por uma referência aos ainda preocupantes números do abandono escolar. Portugal, dados de 2015 tem ainda a taxa mais elevada dos países da OCDE relativamente ao abandono da escolaridade sem cumprir o ensino secundário, já considerado na escolaridade obrigatória em 2015, 35% o que é de facto significativo.
No entanto, é de considerar que entre 2005 e 2015 o número de alunos que concluiu o ensino secundário subiu 32% e que com o alargamento da escolaridade obrigatória Portugal foi o país que mais aumentou a frequência do sistema de ensino por alunos com 18 anos.
Importa, pois, incrementar o combate ao abandono escolar.
Como tantas vezes afirmo, a exclusão escolar é a quase sempre a primeira etapa da exclusão social pois sem qualificação ou formação a capacidade de entrada no mercado de trabalho de sociedades cada vez mais desenvolvidas é difícil pondo em risco a construção de projectos de vida viáveis e proporcionadores de realização pessoal e base do desenvolvimento das comunidades.
Este cenário combate-se por duas vias, a prevenção do insucesso que leva ao abandono e a recuperação para trajectos de formação e qualificação da população que entretanto já abandonou.
Esperemos que algumas mudanças em curso e, sobretudo, a existência de dispositivos de apoio competentes e suficientes às dificuldades de alunos e professores, possam contribuir para a minimização do insucesso.
No que respeita à recuperação dos jovens que já abandonaram espero que a oferta de trajectos diferenciados de formação e qualificação ou iniciativas em desenvolvimento como o programa Qualifica, sucessor do Novas Oportunidades tenha os meios necessários e resista à tentação do trabalho para a “estatística”, confundindo certificar com qualificar.

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