quinta-feira, 13 de abril de 2017

M'ESPANTO À VEZES, OUTRAS M'AVERGONHO

Como diria Sá de Miranda, "M'espanto às vezes, outras m'avergonho".
Não é possível ler sem um sobressalto a notícia do cântico de apoio (?!) de uma claque desportiva que entoava “Quem me dera que o avião da Chapecoense fosse do Benfica” num jogo com uma equipa deste clube.
Felizmente, o clube “apoiado” já se demarcou de tal forma de apoio. É o mínimo esperado embora aquém, obviamente, do que se exigiria.
Como já tenho escrito tenho uma enorme paixão pelo futebol mas neste universo foi-se criando um clima em que não existem santos e pecadores, talvez a bola seja o elemento mais positivo do meio.
Lideranças sem qualidade, sem estatura ou estofo ético produzem discursos incendiários ampliados por funcionário zelosos que nos tempos que correm são comprados e apoiados por parte da massa de apoiantes.
É um mundo de vale tudo em que uma comunicação social hipoteca qualidade e racionalidade para vender espectáculos deploráveis e obscenos de clubite irracional. Um dia vamos ter um problema ainda mais sério e de consequências graves e veremos como será definida a responsabilidade.
Muitos dos meninos de Torremolinos serão certamente os membros das claques e nada disto é um problema apenas de Portugal mas é também um problema nosso.
Afinal o que andamos a fazer nas famílias, nas escolas do pré-escolar ao superior, na comunicação social, na vida política, cultural e económica que acomodam estes dias do avesso?
Esta gente, nos estádios, em Torremolinos, nas ruas, nas salas de aula e átrios das escolas já são alunos do Séc. XXI, que fazer agora para mudar e que fazer agora para prevenir?


Sem comentários: