quarta-feira, 23 de novembro de 2016

INCLUSÃO E EDUCAÇÃO, CONTRIBUTO DA CONTRAMÃO - ASSOCIAÇÃO

A CONTRAMÃO - ASSOCIAÇÃO divulgou o documento que enviou ao Grupo de Trabalho para o Desenvolvimento da Escola Inclusiva cujo Relatório de Progresso da sua actividade aqui abordei ontem.
O documento, que gentilmente recebi, é um excelente contributo para a discussão que se pretende alargada sobre os caminhos da educação em Portugal, sobretudo no que toca à sua capacidade para acomodar de forma bem sucedida a diversidade entre os alunos, a característica mais evidente de qualquer sala de aula nas escolas actuais, designadamente, nas escolas públicas.
Muias das questões e perspectivas apresentadas são de reflexão obrigatória num trajecto de evolução de políticas educativas que, de facto, promovam inclusão.
A urgência desta reflexão é tanto maior quanto é possível no quadro actual e por via de um pecado original do sistema educativo, a sua desregulação, coexistirem excelentes práticas educativas que merecem apoio e divulgação com situações de exclusão, curiosa e lamentavelmente, em nome da .. inclusão.
Também entendo que a reflexão sobre estas matérias não pode, não deve, como é mais habitual, ficar circunscrita ao que designo sem carga negativa pela "tribo do especial", a qual, aliás, acabo por habitar, e de que fazem parte pais, professores de educação especial e técnicos. A educação de TODAS as crianças é da responsabilidade de toda a comunidade educativa, mas a sério. 
No entanto, por muitas e variadas razões que envolvem também as práticas e discursos da "tribo do especial" (sim, também cá estou), a discussão e reflexão sobre a escola para todos, de 1ª ou 2ª geração, é quase sempre realizada no interior desta comunidade e tem uma participação que me parece sempre insuficiente dos docentes do chamado ensino regular, das direcções escolares, das associações de pais e dos pais em geral. A experiência de muitas décadas mostra-me isso.
Algumas das dificuldades que enfrentamos radicam neste entendimento que me parece urgente alterar. 
Uma criança, qualquer que seja o problema, condição ou dificuldade é sempre da responsabilidade da escola, de toda a escola.A retórica geral diz isto, a retórica legislativa diz isto, a tramitação administrativa acomoda isto, mas a verdade é que , em muitas situações, ela pertence, está, no ... "especial", nas suas múltiplas variações.
O documento agora conhecido pode ser um verdadeiro e importante contributo para a reflexão generalizada e, em particular, para o processo de ajustamento legislativo e de orientação política que está em curso. 
Pode ser encontrado aqui e justifica discussão aprofundada.

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