domingo, 22 de maio de 2016

OUTRA MICRO-HISTÓRIA DA ESCOLA. Gostas mais do Rally ou da Escola?

Reportagem televisiva sobre o Rally de Portugal. O repórter entrevista um adolescente que à beira de uma classificativa assistia à passagem das máquinas.
De forma completamente "inesperada" o repórter pergunta:
Gostas mais do Rally ou da Escola?
Do Rally. Logo que não tenha livros à frente ...

Ao ouvir este diálogo recordei algo que aqui escrevi há algumas semanas.
Há uns tempos atrás convidaram-me a participar numa iniciativa que tinha com título genérico "Fugir para a escola" que achei curioso e agora recordei.
Seria muito interessante, mas não passa, provavelmente, de um romantismo não compatível com a dureza crispada, agressiva e feia, dos tempos e da vida actual, imaginar que os miúdos quisessem fugir para a escola, não porque fugissem de algo mau, o contexto familiar, por exemplo, e que em bom rigor e lamentavelmente é por vezes tão mau que obriga a fugir, mas porque os miúdos quisessem correr para a escola por nela se sentirem bem e não apenas nos intervalos e com os amigos.
Por outro lado, nos tempos que correm também muitos professores, bons professores, mostram por cansaço ou desesperança que já não fogem para a escola, um lugar de realização, de trabalho duro mas com uma das maiores compensações que se pode ter, ajudar gente pequena a ser gente grande.
O clima institucional, a burocracia, a deriva política foram, vão, levando a que a escola não apeteça. Felizmente, muitos outros professores ainda conseguem fugir para escola, os alunos desses professores são gente com sorte.
Será que ficou mesmo impossível acreditar que alunos e os professores, de uma forma geral, queiram fugir para escola?

Sem comentários: