domingo, 8 de maio de 2016

DANTES BRINCÁVAMOS, LEMBRAM-SE?

Em conversa aqui em casa recordei umas brincadeiras que costumava fazer em miúdo, já muito lá para trás no tempo.
Na verdade, há muitos anos ainda brincávamos na rua, melhor dizendo, ainda brincávamos. É certo que muitos de nós não tiveram muito tempo para brincar, logo de pequenos ficaram grandes. Não tínhamos muitos brinquedos, mas tínhamos um tempo e um espaço onde cabiam todas as brincadeiras.
Entretanto, chegaram outros tempos. Tempos que não são de brincar, são de trabalhar, dizem.
Roubaram aos miúdos o tempo e o espaço que nós tínhamos e empregam-nos horas sem fim numas fábricas de pessoas, escolas, chamam-lhes.
Aí os miúdos trabalham a sério pois, só assim, serão grandes a sério, acham.
Às vezes, alguns miúdos ainda brincam de forma escondida, é que brincar passou a uma actividade clandestina que só pais ou professores “românticos” e “incompetentes” acham importante.
Muitos outros miúdos têm um "enriquecimento curricular" ou vão para umas coisas a que chamam “tempos livres” ou outra designação, que de livres têm pouco, onde, frequentemente, se confunde brincar com entreter e, outras vezes, acontece a continuação do trabalho que se faz na fábrica. É importante e terá de ser a Tempo Inteiro, decidiram.
Se verdade, se perguntassem aos miúdos, coisa que se faz poucas vezes, iriam ficar a saber que brincar é a actividade mais séria que fazem, em que põem tudo o que são, sendo ainda a base de tudo o que vão ser.

4 comentários:

Luis Eme disse...

Talvez seja também por isso que muitos deles aproveitam para brincar na sala de aulas...

Zé Morgado disse...

Será?

Luis Eme disse...

(A razão principal será sempre défice de atenção...)

Zé Morgado disse...

Será mesmo?