quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

AS PERGUNTAS E AS RESPOSTAS

O final de mais uma época de avaliação recordou-me algo que há muito tempo, alguém me dizia, saber é perguntar, não é responder. A vida tem-me ajudado a entender, perguntando e perguntando-me, algo que de início não parecia tão claro.
E quando hoje se discute o nível de conhecimento das pessoas, desde os alunos mais novinhos aos alunos do ensino superior, e se evidencia essa suposta ausência de conhecimento sobretudo pelas respostas que dão em exames ou testes, não deixando de estar atento, fico também inquieto pelas perguntas que não fazem e que, não querendo ser injusto com muitos excelentes mestres, foram “aprendendo” a não fazer.
O ensino tem vindo a assentar mais na resposta e menos na pergunta. A pergunta é impertinente, a resposta é inteligente.
A pergunta desestabiliza, a resposta valoriza.
A pergunta é o desassossego e a inquietação, a resposta é a tranquilidade.
A pergunta é a dúvida e a incerteza, a resposta é a segurança e a certeza.
A pergunta é a discussão, a resposta é a conformidade.
A pergunta é o receio, a resposta é a confiança.
A pergunta é a subversão, a resposta é a submissão.
Aos poucos vão-nos convencendo que é melhor ter as respostas do que ter as perguntas.
É, cada vez mais me convenço que tão ou mais importante como saber dar respostas, é saber fazer perguntas. Elas trazem as respostas.

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