domingo, 10 de janeiro de 2016

AS PRESIDENCIAIS ESTÃO NA "ESTRADA"

Inicia-se hoje formalmente a campanha eleitoral para a Presidência da República. Como muitas vezes já afirmei trata-se de uma campanha verdadeiramente atípica. No dia em que, como se costuma dizer, os candidatos vão para a estrada, algumas notas.
É atípica porque ocorre com um cenário político inédito, um Governo do PS que não foi o partido mais votado nas legislativas mas assente numa maioria parlamentar que traduz o desejo de mudança da maioria dos eleitores que votaram.
Dos candidatos em presença e considerando os que mais votos provavelmente agregarão temos Marcelo Rebelo de Sousa que PSD e CDS-PP se viram obrigados a apoiar mas cuja candidatura não desejavam e campo mais à esquerda temos o PS que não dá indicação de votos face às candidaturas de Sampaio da Nóvoa e de Maria de Belém.
Destas, a candidatura de Sampaio da Nóvoa a primeira a ser apresentada sem atender a calendários tácticos ou de oportunidade e a de Maria de Belém lançada no âmbito das lutas internas do PS com o evidente propósito de criar dificuldades a António Costa e inibir o apoio a Sampaio da Nóvoa.
Como também afirmei há tempos anunciava-se uma campanha tóxica em que seriedade e debate frontal de ideias sem preconceitos seriam um bem de primeira necessidade. A pré-campanha mostrou isso mesmo, os debates de Sampaio da Nóvoa com a Maria de Belém e, em particular com Marcelo Rebelo de Sousa foram particularmente elucidativos.
Marcelo Rebelo de Sousa percebeu que décadas de tempo de antena de diletante fazedor de opinião e oráculo talvez não chegassem para o levar a Belém e enveredou por uma agressividade pessoal mal-educada e que o levou a falhar esse debate e a mostrar … o que tinha para mostrar, um cataventismo inconsequente que, aliás, o fizeram, não ser a opção que PSD mais desejava. Ninguém pode confiar em alguém que sem um sobressalto afiram qualquer coisa e o seu contrário. Não é por acaso que insiste na dramatização da existência de uma segunda volta na qual corre o por si impensável risco da derrota.
Maria de Belém acantonada no grupo do PS que a apoia pouco acrescentou que a pudesse catapultar para Presidente de todos os portugueses e portuguesas e vai tentando desempenhar um personagem numa narrativa sem sucesso.
Deve também sublinhar-se o importante papel que parte da comunicação social tem desempenhado na promoção de Marcelo Rebelo de Sousa. Não é grave que a os órgãos de comunicação social tenham critérios editoriais que se identifiquem com opções políticas mas é desejável que sejam transparentes e assumidas. Não é evidentemente por acaso que tal aconteceu e vai acontecer.
Por outro lado, Sampaio da Nóvoa que desde o famoso discurso do 10 de Junho de 2012 se tornou aos olhos do país atento como uma das figuras presidenciáveis, assumiu cedo e com clareza a sua candidatura, apresentou uma Carta de Princípios que mostraram uma visão nova da função de Presidente da República em que muitos de nós depositámos uma enorme esperança após 10 anos de cinzentismo cúmplice de políticas errada que muitos.
A pré-campanha tem vindo a mostrar Sampaio da Nóvoa como um Presidente capaz para os tempos de agora e para os próximos tempos e com uma visão e um projecto que dentro das competências presidenciais pretende colocar ao serviço de Portugal e dos Portugueses. Durante estes meses a candidatura de Sampaio da Nóvoa promoveu múltiplas iniciativas de discussão e construção de ideias e caminhos dentro das mais importantes áreas do nosso funcionamento enquanto comunidade.
Contrasta com a banalidade diletante, demagógica e populista de Marcelo Rebelo de Sousa que se limita a gerir a sua verdadeira campanha eleitoral, anos de exposição na TV. Quando menos disser menos se compromete e tenta pescar à esquerda num namoro interessante que deixa os seus constrangidos apoiantes do PSD e CDS-PP à beira de um ataque de nervos.
Sampaio da Nóvoa lançou a sua candidatura quando era visto como presidenciável, o caminho percorrido mostra como se tem vindo a “presidencializar”. Falta que o(s) acto(s) eleitoral(ais) o tornem, de facto, Presidente.
Depende de nós. É difícil mas é possível. Para um tempo novo um Presidente Nóvoa.

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