domingo, 25 de outubro de 2015

DEVE SER A ISTO QUE CHAMAM AUTONOMIA DAS ESCOLAS

No DN encontram-se dois bons exemplos da ligeireza, para ser simpático, e consequentes efeitos de algumas decisões em matéria de política educativa.
Uma primeira referência para a situação de muitos alunos do 1º ciclo, o MEC não quantifica, que têm aulas só uma parte do dia. As escolas têm que funcionar em dois turnos por falta de capacidade para acomodar mais turmas em simultâneo. As direcções escolares sentem a maior das dificuldades em proporcionar as estas crianças a mesma qualidade de resposta educativa que aos alunos que frequentam em regime normal, por assim dizer.
A segunda situação tem contornos diferentes mas também decorre da política de fechamento de escolas, de redução de custos, corte em docentes e do aumento do número de alunos por turma.
De facto, são muitíssimo frequentes as situações de turmas, também no 1º ciclo, que possuem mais do que um ano de escolaridade. A questão só por si pode não ser um problema ingerível se o número de alunos for razoável e existirem apoios a alunos e professores o que, lamentavelmente, está longe de se verificar, as turmas são grandes e faltam os apoios.
Em algumas destas turmas que envolvem alunos do 3º e 4º ano acontece que os alunos do 3º ano têm Inglês como conteúdo obrigatório do currículo (uma boa medida) e com avaliação que influencia a avaliação final do ciclo em termos muito discutíveis no quadro global da avaliação externa. Na mesma turma os alunos que são do 4º ano têm Inglês como Actividade de Enriquecimento Curricular e não estão sujeitos ao dispositivo de avaliação dos seus colegas de turma mas que são do 3º ano.
Como é previsível, mais uma vez as escolas têm que inventar soluções para problemas que a ligeireza e incompetência de parte da política educativa criam e dos quais os responsáveis… dizem nada.
Deve ser a isto que chamam autonomia das escolas.

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