domingo, 12 de outubro de 2014

O ALEITAMENTO MATERNO

Da imprensa de hoje gostava de partilhar convosco algo que me parece interessante a merecer reflexão.
Dados hoje divulgados e relativos a 2013 pela Direcção-geral de Saúde, referem que aos seis meses apenas 22% dos bebés portugueses são alimentados exclusivamente com leite materno, tal como recomendam as boas práticas da Organização Mundial de Saúde. Importa, no entanto, sublinhar que de 2010 para 2013 a evolução foi positiva de 14% para 22%.
A meta da OMS relativa ao aleitamento materno prende-se com as vantagens reconhecidas em termos de saúde e desenvolvimento dos bebés bem como no impacto positivo nas relações maternais.
A distância a que ainda estamos da situação desejável dever-se-á a causas múltiplas que sugerem umas notas breves.
Para além de alguns preconceitos e mitos sobre o impacto do aleitamento no corpo das mulheres, creio que o quadro existente em Portugal em matéria de protecção à maternidade, mas sobretudo a precariedade crescente nas relações laborais poderão causar algumas dificuldades sérias na extensão do período de alimentação exclusiva com leite materno apesar do recurso à recolha e alimentação diferida que algumas mães utilizam.
Neste quadro, para além da insistência na divulgação dos efeitos positivos para mães e bebés, importa que as políticas de família e a protecção legal à maternidade sejam de facto amigáveis para crianças e mães e que se combata seriamente a precariedade laboral, arma que é usada muitas vezes para pressionar o regresso da mãe mais cedo ao trabalho mesmo não cumprindo a lei. A fragilidade económica de muitas mães novas retira-lhes capacidade negocial.

Provavelmente, algumas, por estas razões nem filhos se propõem ter.

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