segunda-feira, 22 de setembro de 2014

A SALSICHA EDUCATIVA E POLÍTICA "GOURMET"

"Sistema de ensino entre as “cobaias” e as “salsichas educativas” não deu resultados, diz Passos Coelho"

O Primeiro-ministro produziu no Conselho Nacional de Educação um discurso interessante de que retiro algumas notas.
Não resistiu à tentação de se apropriar de resultados positivos que a educação em Portugal conheceu nos últimos anos e que, sem estranheza, começam a ser ameaçados pelos efeitos da PEC - Política Educativa em Curso de que é o responsável com Nuno Crato. Os indicadores do Programa PISA são um exemplo.
Questiona a ineficácia dos "impulsos reformistas"  mas tem um Ministro que tem vindo a proceder de forma determinada ao maior ataque de que a escola e educação pública têm sido alvo socorrendo-se com a manha habitual no MEC de alguns indicadores, rácio de alunos por turma por exemplo, um clássico de habilidade manhosa na utilização de dados.
Continua a entender o ensino superior como devendo estar exclusivamente ao serviço do mercado, esquecendo que  a universidade e a investigação não são "só" desenvolvimento tecnológico e retoma o tema educativo que de momento está na moda, a falta de qualidade na formação de professores. Como é evidente, este "grande problema" da responsabilidade, aliás, do MEC resolve-se com a sinistra PACC.
Promete uma aposta na educação pré-escolar como resposta aos problemas da natalidade mas tem procedido ao encerramento de muitos jardins de infância e ao corte significativo de recursos humanos neste sector, como noutros, que criam evidentes dificuldades às famílias.
Passos Coelho contesta através de uma linguagem sofisticada, "alimentar a salsicha educativa", a eficácia dos investimentos em educação e no seu alargamento pelo que corta severamente nesse investimento, veja-se a variação no PIB. Aprendeu com Nuno Crato a ideia de que se cortar na educação a qualidade sobe. Lembram-se certamente da afirmação de Nuno Crato sobre as universidades e politécnicos que estão a "funcionar melhor" depois de terem sofrido cortes substantivos. Na altura sugeri que alguém lhe recordasse a história do burro do inglês para ver se evitamos a implosão prometida nos tempos de opinador.
Conclui-se, portanto, que estamos no caminho certo.

Errado, não estamos no caminho certo.  

2 comentários:

Ramses II disse...

Boa noite,gostaria de tecer algumas considerações sobre este tema:
Em primeiro lugar um chefe de Governo,não pode usar os termos "salsichas educativas" e "cobaias" quando fala para o país sobre Educação.
Em Segundo Lugar é de uma Profunda falta de respeito quem passou pelo ensino quer Público quer Privado.
Em terceiro Lugar o Ensino no Geral (o que eu conheço melhor é o ensino superior) não forma Salsichas,forma pessoas,futuros cidadãos ;
O ensino não pode ser/Não deve ser fábrica que forma tudo igual,para o mercado de trabalho. Este discurso revela falta de conhecimento para não dizer ignorância acerca do que o ensino.
Para terminar quaisquer mudanças no sistema educativo demoram décadas a surtir efeito, se não estou em erro na finlândia foi assim que aconteçeu.
Atentamente
Pedro.

Ps: as minhas desculpas pelo longo texto.

Zé Morgado disse...

Lamentavelmente já nada parece estranho. Tudo dentro da anormal normalidade.