terça-feira, 29 de julho de 2014

AS ONG E O COMBATE À POBREZA

"ONG dizem que “uma soma de medidas não é uma estratégia” contra a pobreza." 

O Fórum Não Governamental para a Inclusão Social que integra  um conjunto de organizações como a Amnistia Internacional, a Cáritas Portuguesa, a Rede Europeia Anti-Pobreza, a ANIMAR — Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Local e a Federação Nacional de Cooperativas de Solidariedade Social, vem afirmar que o Programa Operacional Inclusão Social e Emprego enquadrado no objectivo definido no Quadro Comunitário de Apoio 2013-2020 de que 20% do Fundo Social Europeu seja obrigatoriamente dedicado ao combate à pobreza não passa de um conjunto de medidas avulsas, sem coesão e articulação com as instituições que operam com as populações e não representam, de facto, uma estratégia de combate à pobreza.
Lamento o meu pessimismo, mas parece-me difícil que um Governo que tem sustentado as políticas brutais de cortes nos rendimentos das famílias e nos apoios sociais com a justificação de que os portugueses viviam "acima das suas possibilidades" e de que teríamos de "empobrecer" viesse agora definir de forma ajustada um Programa de combate à pobreza.
O saldo tem sido positivo nesta perspectiva do Governo, a esmagadora maioria das famílias está mais pobre, aumentou a exclusão e o Estado Social vai sendo revisto em baixa.

Neste cenário seria completamente imprevisível que se desenhasse uma estratégia eficaz de combate à pobreza mesmo que a UE inscreva essa preocupação nos seus objectivos. Fica-lhe bem mas não passa de retórica. 
Os mercados não têm, evidentemente, como objectivo combater a pobreza.

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