segunda-feira, 16 de setembro de 2013

OS GOVERNOS, OS MERCADOS E AS PESSOAS

Durão Barroso em artigo de opinião no DN  de 14/9 intitulado "O Estado da União Europeia" escrevia, " Por isso, o papel dos governos é proporcionar a segurança e a previsibilidade de que os mercados precisam."
Parece pois, que a ideia fundadora da política como forma de cuidar da coisa pública, da vida das pessoas e do seu bem estar, foi definitivamente substituída pela  ideia de que política é cuidar dos mercados, da sua segurança e do seu bem estar, sob a vigilância atenta desses abutres mais conhecidos por "agências de rating" que transformam gente, empresas e países em lixo sem um obressalto ético ou moral.
Assim sendo, os efeitos devastadores que o "cuidar" dos mercados, através de uma política cega de austeridade tem na vida de milhões de pessoas, produzindo exclusão e pobreza, acentuando desigualdades e promovendo desemprego, são apenas danos colaterais que importa assumir para que os mercados se sintam bem, confiantes e seguros.
Está assim definido o enquadramento das avaliações que a Troika que nos governa irá iniciar estes dias sobre o nosso desempenho face aos mercados.
Deste enquadramento resultarão, certamente, mais um conjunto de exigências que os feitores que nos administram submissamente aceitarão por, dizem, ausência de alternativas. Sem estranheza, teremos mais e maior pressão sobre cortes nos rendimentos das famílias, seja através de cortes nos salários, pensões ou reformas e apoios, seja através da manutenção ou aumento da já brutal carga fiscal que nos esmaga.
Entrai senhores da Troika, sejam bem-vindos e fazei o vosso trabalho, os mercados aguardam boas notícias, respeitosamente, um povo ao vosso serviço.

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