terça-feira, 6 de agosto de 2013

AINDA HÁ MERCADOS QUE GOSTAM DE CINEMA

Em Janeiro de 2013 escrevi no Atenta Inquietude.
"A comunicação social falava hoje do encerramento de mais umas dezenas de salas comerciais de cinema por todo o país. A lei inexorável dos mercados, sempre os mercados, vai levando a que cidades, distritos, Castelo Branco,  ou mesmo regiões, como os Açores, fiquem sem salas comerciais de cinema e dependentes de iniciativas, autárquicas por exemplo, ou ciclos cuja organização também vai sofrendo e muito com a austeridade. Filmes, tal como música, livros, teatro, visitas a museus ou outros produtos desta natureza são bens supérfluos que sofrem as consequências das condições de vida que criámos e nos criaram.
Esta vida é a luta pela sobrevivência onde não cabem bens como o cinema, luxo inacessível, mesmo o chamado cinema comercial eventualmente mais atractivo para um maior número de pessoas. 
A lida é dura e ou se trabalha desalmadamente para ver o rendimento diminuir ou se procura um emprego que teima em não aparecer. Para muita gente, o que tem não sobra para luxos como cinema e não havendo procura, os mercados encarregam-se do resto, o fechamento das salas.
Temo que possamos voltar aos meus tempos de miúdo com a projecção ambulante, com um gerador e um ecrã que viajavam numa carrinha que parava no largo e passava uma "fita", era uma festa em muitas aldeias.
Já não temos a vida nas aldeias como há décadas tínhamos, mas este caminho de deserto transformará cidades e regiões em aldeias que esperam pelo cinema ambulante.
Virá?"
Hoje, soube-se que os mercados resolveram dar uma nova oportunidade aos cinemas. Uma empresa brasileira, efeitos da globalização, assumiu a abertura até final do ano de cerca de 60 das 70 salas de cinema que tinham sido encerradas.
Ainda há mercados que gostam de cinema.

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