quarta-feira, 31 de julho de 2013

DE PEQUENINO É QUE ... ou a importância das creches

De acordo com dados do Ministério da Solidariedade e da Segurança Social, através de mudanças legislativas e da construção e remodelação de equipamentos, aumentou em 13 000 lugares a oferta nas creches, procurando-se assim atingir a meta estabelecida em termos europeus, conseguir resposta institucional pelos menos para 33% das crianças até aos 3 anos.
É uma boa notícia. Parece-me ainda positivo que este aumento seja também conseguido através de um entendimento mais racional e desburocratizado dos normativos sobre equipamentos desde que, obviamente, estejam garantidos padrões adequados de qualidade, conforto e segurança. É conhecido por quem se move neste universo, a existência de exigências perfeitamente aberrantes num país como o nosso contidas nas normas relativas aos equipamentos socais que, muitas vezes, não são garante de qualidade mas sim um obstáculo, às vezes intransponível, à resposta necessária.
Como muitas vezes aqui tenho referido, a falta de respostas e recursos a preços acessíveis para o acolhimento a crianças dos 0 aos 3 anos é um dos grandes obstáculos a projectos familiares que incluam filhos, levando aos conhecidos e reconhecidos baixos níveis de natalidade entre nós, 30 % das mulheres portuguesas têm apenas um filho. Estamos numa época em que a legislação laboral é pouco amigável das famílias com filhos pequenos e o futuro nesta matéria não é animador.
A alteração dos estilos de vida, a mobilidade e a litoralização do país, levam à dispersão da família alargada de modo a que os jovens casais dependem quase exclusivamente de respostas institucionais que, ou não existem, ou são demasiado caras. Portugal tem um dos mais elevados custos de equipamentos e serviços para crianças o que é, naturalmente, um forte constrangimento para projectos de vida que envolvam filhos. Estas circunstâncias favorecem ainda o bem conhecido universo das creches ilegais obviamente mais competitivas nos preços mas ameaçadoras na qualidade dos cuidados prestados.
É importante referir que alguns estudos revelam que as mulheres portuguesas são, de entre as europeias, as que mais valorizam a carreira profissional e a família, a maternidade e também é sabido que as mulheres portuguesas são das que mais tempo trabalham fora de casa o que dificulta a conciliação que desejam entre profissão e parentalidade.
São por demais conhecidas as dificuldades de muitas famílias em assegurar a permanência dos miúdos nas creches por razões económicas. As instituições procuram, apesar das dificuldades que elas próprias enfrentam, flexibilizar, até ao limite possível, custos e pagamento tentando evitar a todo o custo que os miúdos deixem de frequentar os estabelecimentos.
Sabemos todos como o desenvolvimento e crescimento equilibrado e positivo dos miúdos é fortemente influenciado pela qualidade das experiências educativas nos primeiros anos de vida, de pequenino é que ...
Assim, existem áreas na vida das pessoas que exigem uma resposta e uma atenção que sendo insuficiente ou não existindo, se tornam uma ameaça muito séria ao futuro, a educação dos mais pequenos é uma delas.

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