terça-feira, 25 de junho de 2013

UM SEMI-ACORDO

Uma das mensagens na área das vendas que acho muito interessante, é a referência à venda de carros em estado “semi-novo” algo que não sei como definir, o carro não é novo mas também não é velho e temos a velha diferença ente o optimista e o pessimista que olham para o copo de água, um vê-o meio cheio, o outro … meio vazio.
Serve esta bizarra introdução para me referir à inexistência de acordo entre o MEC e os sindicatos dos professores. Na verdade, parece que não existe um acordo mas, por outro lado, algumas coisas foram acordadas, isto é, chegou-se a um semi-acordo.
Do meu ponto de vista, a coisa não é de estranhar. O MEC nunca estaria na disponibilidade de rever significativamente as suas posições sobre mobilidade, despedimentos e horários e os sindicatos começam a sentir a dificuldade aguentar um braço de ferro interminável e com custos sociais que progressivamente se tornam mais pesados.
Assim, estabelecem-se alguns aspectos que me parecem positivos, a consideração do trabalho de direcção de turma como trabalho lectivo, embora, é minha convicção,ainda se justificasse algum aligeirar do trabalho de natureza mais burocrática exigido aos directores de turma, a consideração também como trabalho lectivo, das substituições, coadjuvações e apoios a alunos para todos os professores, deixando assim de discriminar inaceitavelmente os professores com “horário zero”, já de si uma situação insustentável.
Lateralmente, também me parece que os ajustamentos no calendário escolar o tornaram mais equilibrado.
De tudo isto resulta a ideia de que não se pode lançar fumo branco pela chaminé da 5 de Outubro, não há acordo, mas a greve às avaliações termina, e como se espera, os actores envolvidos vão tentar, da melhor forma que conseguirem, capitalizar alguns dividendos deste semi-acordo na lógica dos seus interesses.
Creio que no plano imediato, os miúdos vão beneficiar de um período de maior estabilidade mas continuo muito preocupado com os efeitos do conjunto de políticas em curso.
Dito de outra maneira, com o fim da greve às avaliações dir-se-á que os alunos já não estão a ser prejudicados, o discurso dos optimistas, mas continuo convencido de que eles estão a ser seriamente prejudicados por estas políticas, o discurso dos pessimistas, como eu.

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