domingo, 23 de junho de 2013

ARROGÂNCIA E PRECONCEITO. O ódio aos professores

Um dos mais conhecidos e prolíficos palpitólogos do reino, o Dr. Miguel Sousa Tavares, desenvolveu ao longo do tempo, vá lá saber-se porquê, um ódio de estimação pelos professores, assim mesmo, pela classe dos professores.
Assim sendo e como oportunidades não faltam para perorar a quem tem tanto para dizer, o Dr. Tavares vai produzindo regularmente umas prosas em que procura arrasar uma classe de preguiçosos, incompetentes, privilegiados e improdutivos profissionais que, apesar deste conjunto de "virtudes", de uma política educativa que tem sido dirigida para números e não para pessoas e é submersa pela incompetência política e pela deriva dos interesses partidários, tem conseguido trazer os alunos portugueses para níveis de resultados bem mais aceitáveis como comprovam os estudos internacionais e, certamente por milagre, terão dado o seu modesto contributo para a formação da tão apregoada mais qualificada geração de portugueses, que lamentavelmente tem de partir à procura de um futuro que por aqui não encontra.
Como seria previsível, a greve de dia 17 foi o último pretexto para mais uma catilinária contra os professores. Nada de novo na escirta, a arrogância habitual, a ignorância habitual, os preconceitos habituais, enfim, o habitual discurso conclusivo e sem dúvidas de quem nunca se engana.
O que já me admira um pouco é que aparecem sempre algumas pessoas, professores naturalmente, que se sentem indignadas pelo tratos do Dr. Tavares e tentam responder, claro que sem visibilidade, mais frequentemente através das mais acessíveis mas nem sempre virtuosas redes sociais, ou suportes da mesma natureza, e umas cartas ao Director que alguns jornais lá vão publicando como aconteceu com o Expresso desta semana e que me levou a estas notas.
Nestas iniciativas, os autores tentam rebater com empenho e seriedade, com números, com dados, com factos, as enormidades ignorantes e preconceituosas do Dr. Tavares e é isso que me admira. Estes registos não não compatíveis, ou seja, um discurso assente em preconceito, em definitivos juízos de valor, em achismos, em ignorância, é, obviamente, imune a uma resposta que não seja no mesmo registo e por isso nada se altera. Se por acaso o Dr. Tavares lesse algumas das respostas que se conhecem, concluiria, evidentemente, que estava tudo errado porque sim, porque ele é que está certo. Ponto.
No entanto, tal como fazem com os seus alunos, os bons professores, a grande maioria, não desistem e vão tentando que o Dr. Sousa Tavares saiba alguma coisa deste mundo dos professores e das escolas para além da sua experiência pessoal que nos deu a conhecer no Expresso. 
Não há saco.

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