terça-feira, 18 de junho de 2013

A CRISE QUANDO NASCE NÃO É PARA TODOS

Um Projecto em desenvolvimento, "Rendimento Adequado em Portugal", envolvendo o ISEG e outras duas instituições universitárias, divulga alguns dados que mostram que após o desendadear da crise que se abateu sobre as nossas vidas, as famílias com menores rendimentos se viram obrigadas à redistribuição dos seus rendimentos alterando as sua estrutura de despesa.
No entanto, as famílias com rendimentos superiores têm mantido estável a forma como distribuem os seus rendimentos em termos de despesa, mostrando que apesar da retórica sobre a equidade na repartição dos sacrifícios a tradição ainda é o que era, ou seja, a crise quando nasce não é para todos.
É sempre interessante que os estudos validem aquilo que muitos de nós já sabem, sentem.
A questão essencial é que o caminho não parece ter alterações, o empobrecimento e a assimetria continuam a ser a agenda.
Talvez fosse de considerar neste âmbito o trabalho hoje divulgado pela Cáritas. É certo que que muito do que lá vem sugerido pode não ser atractivo para os deuses mercados mas pode ser interessante para as pessoas. Como é sabido, os interesses dos mercados conflituam frequentemente om os interesses das pessoas.
A dimensão ética de quem governa também se avalia pela forma como gere esta conflitualidade de interesses e o que temos tido é elucidativo, dramaticamente elucidativo, da opção assumida, é pelos interesses dos mercados.

Sem comentários: