sábado, 18 de maio de 2013

O DESPUDOR DA (DES)MEMÓRIA

Por um daqueles conjuntos de circunstâncias em que o Portugal dos Pequenino é fértil, o Dr. Marques Mendes, homem de cujo currículo releva um percurso político-aparelhístico que o levou à liderança do PSD e a algumas pastas governativas sem rasgo nem marca, foi promovido a guru, a oráculo, e já disputa liderança da Palpitologia em Portugal. Marcelo e todos os outros que se cuidem.
Pois o Dr. Marques Mendes, num assomo de coragem que andava escondida no tempo em que ocupava funções políticas que poderiam ter algum impacto, descobre agora que o grupo dos banqueiros é o grande responsável pela situação que atravessamos, mais, acha que a classe política tem medo de o afirmar. Como é evidente não passa pela cabeça do Dr. Marques Mendes que fez, faz, parte dessa classe, na qual sempre se moveu sem criar ondas, o poder é uma tentação, mas agora, colocando-se numa insustentável posição de “espectador” e querendo gerar simpatias “bate” nos banqueiros, um número de sucesso garantido, em particular num tempo de enormes dificuldades.
Esta gente, Marques Mendes e muitíssimos outros, que ocupou funções políticas governativas ao longo das últimas décadas, esses sim, são fortemente responsáveis, embora não únicos, pelo que agora vivemos até porque não souberam, não quiseram, regular o que agora Marques Mendes chama de poder dos banqueiros na vida do país.
É evidente, num país com mercado aberto, que a banca tem um papel fortíssimo no que nos acontece como comunidade, com níveis de lucro e tipo de actividades inaceitáveis pelo que, obviamente, deveriam ver regulada a sua acção, tarefa nada fácil na qual também Marques Mendes não se intrometeu. A tarefa de regulação da banca é, na verdade, de uma tremenda dificuldade, veja-se o que nesta matéria se tem passado nos Estados Unidos antes e depois da crise financeira, o gatilho desencadeador da devastadora crise económica que agora nos atropela. 
O que me agonia até à náusea é este tipo de discursos despudorados, sem memória, demagógicos e inconsequentes de figuras menores, que tendo feito parte da história não cabem nela e que querem aceder agora a um patamar de “simpatia” de “visão” e de preocupação como o “bem comum” que insultam a inteligência.
Porque não se calam?

1 comentário:

não sei quem sou... disse...

Não ponho minimamente em causa toda a análise de caracter feita ao sr. Marques Mendes e outros da sua igualha. Até estou inteiramente de acordo!

Sei que são ressabiados
MAS NÃO OS QUERO CALADOS!

As verdades, embora neste caso tardias são para serem ditas, já que os outros ainda com responsabilidades governativas ou partidárias estão mamando na teta muito caladinhos.


VIVA!