terça-feira, 23 de outubro de 2012

EDUCAÇÃO, INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

Um grupo muito significativo de bolseiros de investigação, cerca de 3200, assinou uma carta aberta dirigida ao Ministro da Educação e da Ciência contestando o novo Estatuto do Bolseiro que, do seu ponto de vista, alimenta a precariedade e diminui a qualidade das condições gerais para o seu trabalho de produção científica.
Conheço pessoalmente muitos casos de jovens (e não só), altamente qualificados, que têm como expectativa de vida saltitar pela sobrevivência de projecto em projecto, gerindo os atrasos e as alterações, desempenhando muitas vezes tarefas que não deveriam ser suas, ou integrarem o contingente dos 100 000 jovens que anualmente “fogem” do país correndo atrás de um futuro que aqui lhes é negado. O peso da educação no próximo OGE será abaixo do verificado em 2010 o que é sintomático, embora deve dizer-se que a ciência e o ensino superior têm um aumento previsto de 5 % face à estimativa de despesa real deste ano.
Acresce neste cenário que depois da Direcção do Técnico admitir a impossibilidade de um funcionamento normal, também o Reitor da Universidade do Algarve afirma não poder assegurar o seu normal funcionamento durante 2013. Nesta situação existem ainda outros estabelecimentos de ensino superior.
Curiosamente esta posição dos bolseiros e esta informação sobre a asfixia do ensino superior surge quando é conhecida uma tomada de posição de 42 personalidades com Prémios Nobel, alertando as autoridades da Comissão Europeia para os riscos do desinvestimento na ciência.
Está estudada e reconhecida de há muito a associação fortíssima entre o investimento em educação e o desenvolvimento das comunidades, seja por via directa, qualificação e produção de conhecimento, seja por via indirecta, condições económicas, qualidade de vida e condições de saúde, por exemplo.
Como em quase tudo é uma questão de escolhas e prioridades de quem lidera. 

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