quinta-feira, 13 de setembro de 2012

SOBREVIVENTES

No meio da tragédia em que a nossa vida se transformou precisamos desesperadamente de encontrar algo de positivo que possa, apesar das dificuldades, promover um segundo de melhor viver.
A imprensa refere hoje a divulgação  do Relatório da UNICE, "Committing to child survival: a promise renewed" (“Compromisso com a sobrevivência infantil: uma promessa renovada”) onde poderemos saber que Portugal se situa entre os dez países do mundo com menor mortalidade infantil, até aos cinco anos. Na verdade, entre 1990 e 2011 passámos de uns negativos 15 óbitos por 1000 crianças para uns bem mais positivos 3,4. Este abaixamento foi conseguido sobretudo através de uma fortíssima melhoria de 7 para 2 óbitos em recém-nascidos, um período extraordinariamente crítico.
Estes números que merecem registo, criam-nos a todos uma enorme responsabilidade.
Em primeiro lugar obriga-nos a assegurar um futuro positivo a todos estes sobreviventes.
Em segundo lugar e de forma mais particular, considerar que entre as dimensões mais contributivas para esta melhoria se destacam as condições e qualidade de vida, a qualidade e acessibilidade dos serviços de saúde e a educação.
E pronto, não queria falar da crise mas tem que ser. A tragédia que se abate sobre muitas famílias, os cortes no SNS e na educação não são propriamente um bom augúrio para esse futuro de que falava e para a manutenção da trajectória positiva que temos vindo a percorrer no sentido de proteger melhor os mais novos à chegada ao mundo, no seu cuidado e no seu futuro.
Não há como fugir a esta enorme responsabilidade.

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