domingo, 16 de setembro de 2012

O DESIGN DA TSU

A notícia do Público sobre exemplos em como o design pode ter um efeito negativo, motivando recuos ou o abandono das ideias ou produtos que procura veicular, remeteu-me para a actual situação política.
Na verdade, os designers da estratégia do Primeiro-ministro sobre as novas medidas de austeridade assumiram opções verdadeiramente desastrosas, designadamente no design e apresentação desse novo produto chamado "Mexida na TSU".
Em primeiro lugar e desde logo, porque estava em causa a divulgação de um mau produto que ninguém parece interessado em comprar. É verdade que a publicidade procura muitas vezes criar a necessidade levando-nos ao consumo de bens ou serviços de que em bom rigor não precisamos, mas que a mensagem publicitária, o marketing ou design tornam "imprescindíveis", levando-nos à sua aquisição.
Depois, porque a mensagem do Primeiro-ministro, para além do conteúdo, foi do ponto de vista formal e de oportunidade absolutamente bizarra. Lembram-se certamente que foi a um final de semana e uns minutos antes do jogo de futebol da selecção e realizada num tom tenso, crispado e fugidio.
Logo em seguida, numa espécie de fuga para a frente, surge uma inenarrável mensagem no Facebook do pai e cidadão Passos Coelho sobre a comunicação ao país do Primeiro-ministro Passos Coelho, numa manifestação absolutamente patética do que não deve ser a liderança, a comunicação e a convicção em matéria de política.
O processo continuou com o crescente coro de recusa e protesto generalizado dos consumidores face ao produto divulgado que culmina com enormes manifestações de rua.
Contrariamente ao que a notícia do Público refere em casos de falha no design, o vendedor Passos Coelho insiste no mesmo produto, afirma que a opinião dos consumidores não é importante e que dorme de forma muito tranquila.
Na verdade, o lançamento deste produto, a "Mexida a TSU", de execrável qualidade foi, ele próprio, um verdadeiro desastre.

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