quinta-feira, 27 de setembro de 2012

A MENINA CHAMADA SÓ

Era uma vez uma menina chamada Só, tinha sete anos e andava numa escola. A Só quase nunca brincava com ninguém e ninguém quase nunca brincava com a Só.
Na sala tinha uma mesa onde não estava nenhum colega e de onde a Só, à espera de vontade de fazer os trabalhos, via a janela, a única coisa que parecia chamar a sua atenção.
No recreio a Só procurava sempre um cantinho, uma espécie de cantinho encantado e por ali ficava a brincar com as suas ideias.
Num destes dias, o Professor Velho, o que está na biblioteca e fala com os livros, ao passar no recreio viu a Só lá no seu cantinho encantado e sentou-se ao pé dela.
Em que pensas Só?
Em histórias.
Também penso muito em histórias e já tenho um monte delas guardadas lá na biblioteca.
Velho, tu sabes inventá-las e contá-las?
Claro, queres ouvir alguma?
Velho, como sou Só nunca tenho uma história em que eu entre. Podias inventar uma onde entrasse uma pessoa Só.
E ficou inventada uma história onde já não entrava uma pessoa Só, uma menina. Um dia conto-a.

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