terça-feira, 28 de agosto de 2012

COMO DIRIA CATROGA, ... PEANUTS

A história que hoje poisou na imprensa relativa ao  anúncio de emprego publicitado pelo IEFP no qual constava o nome da pessoa a admitir, "lapso" que o Instituto "esclareceu", não merecia mais do que uma nota de rodapé na espuma das notícias de Verão.
O eco que atinge decorre, do meu ponto de vista, não da sua relevância, mas da cultura instalada de que boa parte do emprego, sobretudo, quando se sobe na escala, é mais dependente do amiguismo, do cartão e das fidelidades partidárias, do tráfico de influências do que dos méritos revelados em concursos abertos e transparentes.
Todas as administrações afirmam uma retórica de combate "firme" no qual farão "tudo que estiver ao seu alcance" (adoro esta expressão) para introduzir transparência e justiça e, de uma vez por todas, acabar como os "jobs for the boys" e "for the girls", como diria Francisco Louçã.
Como se lembram também a actual administração afirmou a mesma profissão de fé. Um olhar sem grande profundidade sobre o que tem acontecido, mostra como a tradição anda é o que era e os exemplos de "emprego com nome associado" são mais que muitos, bem como as excepções aos cortes salariais como ainda nos últimos dias foi noticiado, quer com a nomeações pra cargos da administração da saúde de pessoas com currículo ou formação irrelevantes na matéria mas com "encosto partidário" certo, quer com os vencimentos "excepcionais" da direcção do Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público, situações ainda fresquíssimas.
De modo que, desculpem lá, no meio deste universo pantanoso, o emprego da senhora educadora de infância, Vera Pereira, com a fortuna de 833 € ao abrigo do Programa Estímulo 2012, que obriga a que esteja no desemprego há mais de seis meses, não passa de, como diria Eduardo Catroga um dos grandes valores do mercado dos cartões partidários, ... peanuts.
Os tubarões deste circuito estarão certamente a rir-se com a petinga apanhada em Tavira.

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