quarta-feira, 4 de julho de 2012

NÃO PRESTO. Outro diálogo improvável

Já depois das aulas acabadas, o Professor Velho, o que está na biblioteca e fala com os livros, encontrou o João na escola e achou-o triste.
Olá João, então as férias, tudo bem?
Tenho que vir para a escola, os meus pais não querem que fique sozinho em casa e venho para aqui, encontro alguns colegas.
Pareces aborrecido.
Às vezes estou, acho que não presto, não faço as coisa bem feitas.
Não percebo bem o que estás a dizer, acho que fazes coisas bem feitas, algumas sei, já vi. Jogas muito bem à bola, por exemplo.
Lá isso jogo, acho que sou bom, mas isso não interessa.
Também reparo que tens muitos amigos, nunca te vejo sozinho, é porque és bom com eles.
É verdade Velho, tenho muitos amigos, mas isso não interessa.
Diz-me lá um coisa João. Não foste tu que pintaste aqueles cartazes na festa da escola?
Sim fui eu Velho.
Estavam bem pintados e bonitos, como vês fazes coisas bem feitas.
Eu gosto de pintar e desenhar, os meus amigos dizem que fica bué da bonito, mas isso não interessa.
Não estou a compreender uma coisa. Concordas comigo que fazes coisas bem feitas, mas dizes que nada disso interessa. Explica lá isso.
Velho, às vezes a escrever as coisas não me saem muito bem e nos problemas de matemática também não. Dizem que isso é que é mesmo importante e que o resto não interessa. É por isso que eu acho que não presto assim muito. 

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