segunda-feira, 12 de março de 2012

DESAFIAR A SORTE NOUTRAS PARAGENS

O Público apresenta um trabalho sobre o que chama a "emigração parva", ou seja, a partida de pessoas ou de famílias para países que desconhecem, com uma língua que desconhecem, muitas vezes envolvidos em processos não devidamente acautelados em matéria de segurança, condições de vida e trabalho, acabando expostos a situações de risco e vulnerabilidade.
Há algum tempo o Sindicato da Construção de Portugal alertava para a existência de "redes mafiosas" que contratam trabalhadores portugueses para trabalho no estrangeiro onde são sujeitos a condições de trabalho que configuram escravatura. Numa altura e que, por razões óbvias aumentam os fluxos de emigração esta questão é importante. Sublinha-se ainda que entre os países referidos no alerta do sindicato se incluem França, Alemanha e Inglaterra.
É também conhecida a recorrente situação de trabalhadores portugueses explorados como escravos em trabalho agrícola realizado em Espanha.
A exploração e o tráfico de pessoas, um dos mais florescentes e rentáveis negócios em termos mundiais, alimenta-se da vulnerabilidade social, da pobreza e da exclusão o que, como sempre, recoloca a imperiosa necessidade de repensar modelos de desenvolvimento económico que promovam, de facto, o combate à pobreza e, caso evidente em Portugal, às escandalosas assimetrias na distribuição da riqueza.
As circunstâncias que atravessamos potenciam o risco e a vulnerabilidade, aliás, há poucos dias referia-se na imprensa o aumento da prostituição envolvendo mulheres em extrema dificuldade para assegurar meios de subsistência familiar.
As pessoas, muitas pessoas, apenas possuem como bem, a sua própria pessoa e o mercado aproveita tudo, por isso, compra e vende as pessoas dando-lhe a utilidade que as circunstâncias, a idade, e as necessidades de "consumo" exigirem.

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