domingo, 25 de dezembro de 2011

PROLETARIZAÇÃO, PERDÃO, DEMOCRATIZAÇÃO DA ECONOMIA

O Primeiro-ministro enfatizou duas ideias na comunicação natalícia e de ano novo, 2012 será um ano de mudança e de “democratização da economia”.
Relativamente à mudança não restarão grandes dúvidas face ao que já conhecemos e ao que se espera conhecer. Os aumentos já decididos em vários serviços e bens, os cortes nos apoios sociais envolvendo diferentes áreas, o aumento de impostos, etc., etc., mostram com de facto 2012 vai ser um ano de mudança, na linha, aliás, do muito que na vida de muitas pessoas já aconteceu, cito, só como exemplo, o aumento já verificado e ainda previsto no número de desempregados.
Por outro lado e relativamente à “democratização da economia”, a perspectiva, até de acordo com gente insuspeita, creio podermos esperar é mais provavelmente uma via de proletarização da economia, aliás, o próprio Primeiro-ministro já enunciou que o caminho é o empobrecimento.
Aumento da carga horária sem alteração de vencimento, corte de dois vencimentos em toda a administração e nas pensões e reformas, flexibilização do emprego, abaixamento do tempo e montante dos subsídios de desemprego, entre outras medidas anunciadas ou previstas que assentam, sobretudo no abaixamento dos custos do trabalho como forma de financiar a economia, ao abrigo da incontornável competitividade, conduzirão, é reconhecido pelo próprio governo, a uma fase recessiva grave que não se percebe com sustentará uma “democratização da democracia”.
Provavelmente, ”democratização da economia” quererá dizer que o acesso à pobreza e às dificuldades é mais equitativo, ou seja, franjas como a chamada “classe média” podem agora aceder à pobreza em situações de maior democratização.
A pobreza já não é uma condição só acessível a alguns, agora e em 2012 muitos de nós já vamos poder ser pobres.
Gostava de estar errado.

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