quarta-feira, 12 de outubro de 2011

JOVENS DELINQUENTES, QUE FUTURO?

A notícia hoje citada pelo JN da morte de um jovem internado num centro de acolhimento, presumivelmente por suicídio, ao que parece na sequência de castigo imposto pela escola que frequenta, leva-me a retomar algumas notas sobre a questão da institucionalização de jovens com problemas no foro do comportamento social ou mesmo de delinquência.
O Relatório apresentado há algum tempo na Assembleia da República elaborado pela Comissão de Avaliação dos Centros Educativos foi absolutamente arrasador para o desempenho destes Centros destinados aos jovens delinquentes. Falta de recursos, desajustamento das respostas educativas e dos processos e áreas de formação escolar e profissional, desarticulação entre as equipas de reinserção e a Segurança Social da área geográfica de residência dos menores envolvidos, etc., são algumas das falhas encontradas o que não surpreende quem minimamente conheça esta realidade.
Este Relatório fornece a base explicativa para o facto de os dados que há algum tempo atrás foram divulgados pela Direcção Geral de Reinserção evidenciarem que cerca de 40% dos adolescentes internados voltam aos Centros ou às prisões após os 16 anos. Esta altíssima taxa de reincidência, mostra a falência do Projecto Educativo obrigatoriamente definido para todos os adolescentes internados. Este Projecto Educativo assenta em dois eixos fundamentais, formação pessoal e formação escolar e profissional. É neste âmbito que o trabalho tem que ser optimizado. É imprescindível que os meios humanos e os recursos materiais sejam suficientes para que se minimize até ao possível os riscos de reincidência.
Fica certamente mais caro lidar com a delinquência em adultos do que investir na qualidade dos Centros Educativos para que sejam, de facto, educativos.
Como muitas vezes afirmo, existem áreas de problemas em que a poupança no presente pode implicar, demasiadas vezes, custos bastante maiores no futuro.

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