segunda-feira, 1 de agosto de 2011

NEGÓCIO FECHADO

No universo dos processos de negociação costuma afirmar-se que um bom negócio obedece à fórmula ganhar-ganhar, ou seja, todos os intervenientes no negócio acham que "ganharam", fizeram um bom negócio ou, pelo menos, o melhor negócio possível. A alternativa é traduzida na fórmula "ganhar-perder" em que algum ou alguns dos intervenientes admitem ter feito um mau negócio.
Vem esta introdução a propósito do anúncio do negócio de venda do BPN ao BIC de capitais angolanos.
Os contornos conhecidos do negócio, preço de venda por 40 milhões, responsabilização do estado pelo despedimento de metade dos funcionários do BPN e por parte das dívidas além dos custos de recapitalização sugerem um excelente negócio que nos custará qualquer coisa como 2,4 mil milhões de euros, no mínimo. É certo que esta prometido um pagamento suplementar por parte do BIC sobre eventuais lucros dentro de cinco anos que, muito provavelmente, não acontecerão.
O excelente negócio agora acordado recordou-me de novo, uma afirmação de Nuno Brederode dos Santos numa antiga crónica no Expresso, “Os Negócios Estrangeiros em Portugal raramente são bons negócios mas, quando o são, então são, de facto, estrangeiros”.
Sinto-me roubado.

1 comentário:

anónimo paz disse...

Só a um lírico poderia passar pela cabeça que no negócio do BPN o estado português poderia fazer bom negócio ou pelo menos não perder muito.

Basta atentar nas governações dos últimos trinta e sete anos para adivinhar de que lado da trincheira estão os nossos governantes.

saudações