sábado, 23 de julho de 2011

O PODER DO ZAPPING

Há poucos dias, num daqueles momentos em que olhamos sem ver e que ouvimos sem escutar, tinha o comando da televisão na mão e automaticamente ia carregando no botão dos canais.
Nem me lembro do que ia aparecendo, mas de repente tomei consciência de que cada vez que tocava no botão aparecia um outro mundo, mais parecido ou mais diferente mas nunca igual a nenhum outro.
Naquele estado de meio adormecimento acho que comecei a sonhar como seria a vida se sempre que não gostasse do mundo carregasse no botão e pronto, mudava de mundo.
A ideia inicial parecia atractiva mas aos poucos fiquei assustado e ainda mais assustado fiquei ao imaginar que se todos nós, cada um de nós, tivéssemos o poder do zapping sobre o mundo. O mundo, os mundos, implodiriam em segundos.
Assim, tal como está, também parece, por vezes, a caminho da implosão mas como uma vantagem.
A responsabilidade nunca é nossa. É sempre de alguém, um outro, que não faz o que deve e da forma que deve.
Entretanto, apaguei a televisão.
Fechei o mundo.

Sem comentários: