sábado, 23 de julho de 2011

AS CONDIÇÕES PSICOLÓGICAS REVISTAS EM BAIXA

Ao que parece, em consequência da condenação em tribunal de dois colegas por agressão a um cidadão, os elementos da Esquadra das Mercês da PSP alegaram falta de condições psicológicas e no mesmo dia, o mesmo médico, concedeu 24 baixas com aquele fundamento. O próprio médico não deve ter ficado em muito bom estado, psicologicamente falando é claro.
Não vou discutir a questão da condenação, nem as razões de descontentamento que poderão assistir aos elementos da PSP. Aliás, considero que existem e muitas.
A questão prende-se com o "esquema", sempre o esquema.
Não é possível seriamente acreditar na bondade da avaliação clínica do médico que declara os polícias incapacitados psicologicamente para o serviço.
Por outro lado, também não me parece fácil provar que essa avaliação configure um mau acto médico.
O facto da Direcção da PSP e do MAI pedirem à Ordem dos Médicos que analise estas circunstâncias, parece-me algo de irrelevante e que estará certamente condenado ao arquivamento.
É o tipo de situações em que todos reconhecemos que existe algo que não está bem mas que fica por assim mesmo num país como o nosso.
Ainda há pouco tempo se noticiava a existências de milhares de casos de baixa médica que não resistiram a uma acção de fiscalização. Trata-se da cultura instalada e da relação ética com o trabalho, trata-se do "porreirismo" e da baixa consciência deontológica, para ser simpático, dos clínicos que de forma leviana assinam baixas médicas por "falta de condições psicológicas" e, finalmente, da impunidade e bonomia laxista com que tudo isto é encarado.
Um dia, boa parte de nós alegará "falta de condições psicológicas" para aqui viver, no Portugal dos Pequeninos.

1 comentário:

anónimo paz disse...

Presumo (+ 1 a presumir) que as 24 baixas concedidas pelo médico é parte implícita do descontentamento que grassa nas forças policiais, sempre sacrificada com condenações por cumprirem suas obrigações profissionais.
Bandido pode sovar (por vezes matar)polícia, policia tem que apaparicar bandido, senão inquérito, processo, tribunal e condenação com ele.
Excesso de zelo venha de que parte vier é sempre contrapruducente, eu sei...
Mas,malfeitor (ladrão, violador, por vezes assassino )tem direito a liberdade, liberdade, liberdade até que desapareça no limbo da prescrição ou na fuga para outras
paragens.

Talvez no futuro as forças policiais tenham a faculdade de ler as mentes e discernir quem é fora de lei e quem é cidadão exemplar ou apenas cumpridor, apanhado em local e hora errada e agir em conformidade.

Até a esse futuro vou estar sempre do lado de quem vela pela minha segurança até que eu tenha absoluta confiança na justiça e nos juízes
que por vezes querem dar exemplos ou enviar recados nas condenações que infligem.

saudações