terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

DE TANTO CHUMBARES, UM DIA APRENDES

De acordo com dados ontem revelados no Relatório "Taxas de Retenção durante a Escolaridade Obrigatória na Europa" da Comissão Europeia, em Portugal cerca de 35% dos alunos até aos 15 anos já chumbou pelo menos uma vez, uma as mais altas taxas de toda a União Europeia. O Relatório evidencia também, na linha do que se pode encontrar noutros estudos internacionais que Portugal tem ao mesmo tempo, surpreendentemente para alguns, níveis altíssimos de insucesso e níveis altíssimos de “chumbos”. No mesmo sentido, parece importante sublinhar que os países com mais altas taxas de sucesso escolar, nórdicos por exemplo, mas não só, não prevêem na organização dos seus sistemas a figura chumbo, sobretudo para alunos mais novos. Não se prova, portanto, a ideia de que reprovar mais produz mais sucesso uma crença instalada nos discursos de muitos dos tudólogos "opinion makers" que opinam pela imprensa.
Aliás, as investigações e a experiência também mostram que os alunos que começam a chumbar, tendem a continuar a chumbar, ou seja, a simples repetição do ano, não é para muitos alunos, suficiente para os devolver ao sucesso. Os franceses utilizam o enunciado “qui redouble, redoublera” quando se referem esta questão.
O grande problema é que fazer então quando os alunos não atingem os saberes exigidos? SÓ CHUMBÁ-LOS NÃO FUNCIONA. Trata-se de perceber as eventuais razões do insucesso, EM CADA ALUNO, e desencadear as práticas e apoios adequados, porque mantê-lo, SEM MAIS NADA no mesmo ano, muito provavelmente, conduzirá a um novo chumbo.
É “só” isto que está em causa. O resto é demagogia e ignorância.

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