segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

POLÍTICA LOW COST

O Público informa hoje que só em três Universidades, Porto, Coimbra e Minho cerca de 1200 estudantes terão cancelado as matrículas devido, alegadamente, às alterações no financiamento das bolsas.
Os dados disponíveis não permitem concluir com rigor a relação entre uma coisa e outra, não temos, por exemplo, as taxas de desistência dos anos anteriores. De qualquer forma, é plausível que, diminuindo o volume dos apoios disponibilizados, alguns alunos possam cair em situações de alguma dificuldade embora, é bom não esquecer, que o modelo de financiamento em vigor ainda permite algumas habilidades que fazem parte do ser português e criam situações de injustiça. Estas situações são reconhecidas e conhecidas.
Sendo necessário controlar custos e, sobretudo, desperdício e fraude, entende-se menos que os cortes sejam muitas vezes determinados de forma administrativa e sem atender a especificidades de área social ou circunstância.
Esta espécie de política "low cost" pode vir a ter sérios riscos, quer do ponto de vista económico, quer do ponto de vista social. A título de exemplo pode citar-se o facto de milhares de pessoas verem esgotado o prazo de recebimento dos subsídios de desemprego e ficarem sem meios de subsistência.
Ainda ontem a imprensa referia que no próximo mês milhares de pessoas deixarão de receber algumas prestações sociais devido à alteração de critérios e à falta de prova de necessidade.
Temo que esta política "low cost" nos possa vir a sair bastante mais cara num futuro que pode até nem estar longe. Insisto que sendo necessário repensar custos, o caminho não pode assentar fundamentalmente nos cortes a eito, mas sim no combate ao desperdício, à fraude e, essa a grande necessidade, no repensar dos modelos.

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