quarta-feira, 10 de novembro de 2010

COM 3 HORAS SEMANAIS ESPERA-SE O QUÊ?

O Relatório do Gabinete de Avaliação Educacional sobre os resultados das provas aferidas de Língua Portuguesa no 6º e no 4º veio, de novo, evidenciar as fragilidades das competências dos nossos alunos na ferramenta essencial da aprendizagem, o domínio da Língua Portuguesa.
Lamentavelmente não é um uma questão nova e para além de alguma iniciativas do ME, como o Plano Nacional de Leitura, as escolas tentam através de dispositivos de apoio próprios minimizar as dificuldades de muitos alunos. Dado o volume de dificuldades e os recursos das escolas, estas iniciativas acabam, necessariamente, por ter como destinatários menos alunos do que o necessário.
A este propósito e também por outras razões, tenho com alguma frequência expresso a urgente necessidade de ajustamentos sérios nos conteúdos e organização curricular.
Se repararmos no caso do 2º ciclo, os alunos para uma base de 25,5 horas semanais de trabalho têm 3 horas de Português, repito 3 horas de Português. Não cabe aqui uma análise mais aprofundada, mas apenas por comparação têm também 3 horas semanais de Matemática, 3 horas de Educação Visual e Tecnológica e 2 horas e 15 m de Inglês.
Creio que de uma forma geral se entende que o correcto domínio da língua de trabalho, o português, é um requisito fundamental para as aprendizagens em todas as áreas curriculares. Não se compreende, portanto, o pouco peso curricular dado ao Português, sobretudo, no 2º ciclo em pleno processo de aquisição das ferramentas básicas de domínio da língua nas suas várias dimensões.
Creio que independentemente da boa vontade de escolas e docentes ou de planos de natureza supletiva, a questão central remete para mais e melhor trabalho em dois domínios essenciais, a Língua Portuguesa e a educação matemática.

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