segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O DIREITO AOS AVÓS, de novo

O Público de hoje aborda num oportuno e interessante trabalho a situação de famílias em co-residência de gerações, ou seja e mais simplesmente, as que têm avós a viver lá em casa. Não se estranhará a percepção de que o número de famílias nesta situação revele tendência para baixar embora se desconheçam indicadores actuais. As razões para este abaixamento, para além do inverno demográfico prendem-se, entre outros aspectos, com estilos de vida, valores e mobilidade, levando a que, na prática, os mais velhos se fechem em lares e os mais novos se fechem em ecrãs e numa estadia indesejavelmente longa nas escolas.
Por isso, aqui no Atenta Inquietude retomo recorrentemente a minha proposta no sentido de ser legislado o Direito aos Avós.
Tal iniciativa significa simplesmente que todos os miúdos deveriam, obrigatoriamente, ter avós e que todos os velhos deveriam ter netos. Num tempo em que milhares de miúdos sós e velhos a morrer de solidão, qualquer partido verdadeiramente interessado nas pessoas, sentir-se ia obrigado a inscrever tal medida no seu programa ou, porque não, inscrevê-la nos direitos fundamentais.
Com tantas crianças abandonadas dentro de casa, institucionalizadas, mergulhadas na escola tempos infindos ou escondidas em ecrãs, ao mesmo tempo que os velhos estão emprateleirados em lares ou também abandonados em casa, trata-se apenas de os juntar, seria um dois em um. Creio que os benefícios para miúdos e velhos seriam extraordinários.
Um avô ou uma avó, de preferência os dois, são bens de primeira necessidade para qualquer miúdo.

2 comentários:

RC disse...

Plenamente de acordo consigo.

Unknown disse...

Ouvi o seguinte caso numa aula:
Um idoso num lar, todos os dias desaparecia por algumas horas. Ninguém sabia o que fazia nem para onde ia...
Um dia descobriu-se, quando a escola da zona fez queixa ao lar! O senhor ia todos os dias para perto de uma escola, ajudar as crianças com os trabalhos. Imagino que a escola não tenha gostado da ideia de "outra pessoa meter-se no seu trabalho"...
Consequência: o senhor ficou proibido de sair do recinto do lar!!
De facto concordo plenamente consigo! Seria uma grande mais-valia para ambos os grupos etários arranjar-se formas de se juntarem, colaborando para o desenvolvimento mútuo!!...