sábado, 26 de junho de 2010

QUESTÕES DE ESTADO

Nunca como agora, nas últimas dezenas de anos, tivemos tantas preocupações da mais variada natureza. Não quero parecer excessivamente pessimista ou catastrofista, falta-me engenho e arte para poder competir com os imbatíveis Medina Carreira e Vasco Pulido Valente, mas as coisas não estão nada bem. É evidente que toda a gente procura, por um lado, encontrar explicações para os males que nos apoquentam e, por outro, encontrar os caminhos que nos levem para à melhoria.
Os portugueses tidos geralmente como um povo sério, sisudo, olham à sua volta e resumem de forma grave, cabisbaixa e derrotados, são questões de estado, é muito difícil alterar. Se bem estivermos atentos diariamente temos vários exemplos deste entendimento.
É a recorrente referência ao estado das nossas contas e ao mau estado da economia como base da crise. Toda a gente se queixa do estado da justiça, injusta e atrasada, e do estado da educação em que toda a gente grita com toda a gente.
São múltiplas as apreciações negativas sobre o estado a que a vida política chegou em Portugal, povoada de medíocres e hipotecada aos interesses dos partidos que poucas vezes parecem coincidir com os do bem comum.
Também não nos são estranhas as queixas sobre o estado, mau é claro, da nossa saúde em que até importa ter algum cuidado em saber onde se adoece e de que se adoece, não vá faltar médicos ou padecer de um problema cuja lista de espera é das grandes.
Como vêem, o espaço é breve, sobram as razões de estado para que nos não sintamos bem.
Felizmente, ao som lindíssimo das vuvuzelas caímos num breve estado de graça, devido à esmagadora vitória sobre a Coreia do Norte e à qualificação face ao país irmão, acho lindo, que nos retirou do estado miserável do nosso futebol e que, a fazer fé no estado de alma dos nossos comentadores desportivos, já nos faz imaginar campeões do mundo.
Enfim, questões de estado.

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