terça-feira, 15 de junho de 2010

ENCERRAMENTO DE ESCOLAS, DERIVA E DESPERDÍCIO

O Público de hoje mostra um bom exemplo do que tem sido parte substantiva da política educativa dos últimos anos em Portugal, deriva e desperdício.
A situação é de contornos simples mas elucidativos, na aldeia de Feitos em Barcelos existe uma escola que, de acordo com a notícia, serve 28 alunos mas que, por indicação do ME no âmbito da reorganização da rede escolar, irá ser encerrada. Já aqui abordei a questão do encerramento de escolas medida que em muitas circunstâncias, mais do que racional é justificada pela qualidade do trabalho que escolas com poucos (muito poucos) alunos não garante. Compreendo, no entanto, as reacções de pais e autarcas que me parecem naturais ainda que por razões diferentes.
Acontece que esta escola, tal como muitas outras, foi objecto há pouco tempo, três anos no caso, de obras de requalificação sendo actualmente uma das que melhores condições oferece no parque escolar concelhio, aquecimento, biblioteca e cantina, por exemplo.
Temos portanto que se anuncia um critério administrativo para encerramento de escolas, menos de 20 alunos, que, como seria de esperar, em termos práticos, não funciona e as pessoas não entendem e a irresponsabilidade de, por ausência de planeamento adequado, se proceder a gastos significativos e inúteis na requalificação de escolas que se encerram pouco tempo depois. Não é possível que com actuações desta natureza se consiga proceder com um mínimo de sobressaltos e eficácia ao necessário reordenamento da rede escolar.
Finalmente, chamo de novo a atenção para que, sendo verdade que escolas com pouquíssimos alunos apresentam níveis preocupantes de insucesso escolar, também é verdade que centros escolares muito grandes com elevada concentração de alunos com idades muito diferentes constituem um risco sério, quer no rendimento escolar, quer nas relações interpessoais e comportamentos.

2 comentários:

Anónimo disse...

Olá professor Morgado como está? O assunto deste post é um pouco diferente com a sua entrada. No entanto, gostaria de saber a sua opinião sobre a nova escola universitária portuguesa (e provavelmente do mundo actual também). Encontrei este artigo interessante no Jornal do Metro e no Global do qual deixo aqui o link para que possa consultar.

Metro: http://www.readmetro.com/show/en/Lisbon/20100615/2/1/

Global: http://www.globalnoticias.pt/edicao_lisboa.html

O artigo é sobre o copianço no ensino universitário!.

Um abraço. Halley Pontes (com 2 L's).

Zé Morgado disse...

Olá Halley (com 2 L's),
Talvez não tenha reparado mas o texto "meu, um gajo tem que se safar" de 2ª feira é sobre a questão do copianço nas nossas escolas.
Um abraço