terça-feira, 25 de maio de 2010

A HISTÓRIA DA PALAVRA COM PROBLEMAS DE IDENTIDADE

Um dia destes, com algum tempo de espera pela frente, sentei-me num café, ainda não perdi o hábito antigo de marcar encontros num café. Enquanto tomava a bica entrou uma Palavra que estranhamente, pois o café tinha mesas vagas, perguntou se podia sentar-se. A Palavra estava com um ar de quem queria falar, eu gosto de conversar e tinha algum tempo, acedi.
Como imaginava a Palavra começou logo.
O mundo dá comigo em maluca, está tudo desorganizado ninguém se entende. Às tantas nem eu me entendo, nem eu sei o que ou, quem sou.
Com esta entrada achei por bem ficar-me por um prudente, "É?"
É verdade. Para algumas pessoas sou uma Palavra normal e usam-me sem problemas em diferentes circunstâncias. Por outro lado, algumas pessoas, felizmente menos, pensam que sou uma Palavra vulgar, assim um pouco sem nível, pelo que deveria ser evitado o meu uso. Existem até pessoas que entendem que sou uma Palavra completamente desqualificada, sem o mínimo de competência para aparecer nas suas conversas, por vezes chamam-me asneira, presunçosos.
Realmente não fica assim muito fácil, comentei a medo.
Apesar de tudo e ainda bem, algumas pessoas, sobretudo crianças e adolescentes, dizem que sou engraçada, que gostam de mim e usam-me muitas vezes nas conversas deles. Aborrece-me um bocado que quando me escrevem, não o fazem como deve ser, usam uma abreviatura, mas no fundo não me importo, é para escrever mais depressa e o que me interessa é que gostam de mim. De qualquer forma já estou farta desta confusão, gostava de ser uma Palavra que toda a gente entendesse da mesma forma. Olhe, tenho que me ir embora entraram dois miúdos, acho que faço falta n a conversa deles. Agradeço a companhia.
Com a pressa e a surpresa esqueci-me de perguntar que nome tinha aquela Palavra.

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