quinta-feira, 22 de abril de 2010

PAI E FILHO, OUTRO DIÁLOGO IMPROVÁEL

Olá pai, ainda bem que te vejo, passas pouco tempo em casa, chegas tarde, queria falar contigo.
Olá Miguel, não estou com muito tempo mas diz lá.
É o costume, sempre que quero falar contigo não tens muito tempo.
Ainda agora estamos a começar já me estás a dar uma seca.
Não te estou a dar seca nenhuma, sabes que é verdade e que me preocupo contigo.
Vá Miguel, despacha-te, já te disse que tenho um bocado de pressa.
Pai, que tal está a correr o teu trabalho.
Uma seca, tenho que fazer uma data de coisas de que não gosto, tenho um tipo a mandar que é um incompetente e me chateia o tempo todo e ainda por cima ganho pouco.
Pois é pai, mas tens de te esforçar, nem sempre gostamos do que fazemos mas é importante que as coisas sejam bem feitas. Tens a certeza que quando tu achas que o teu chefe te chateia ele não terá alguma razão porque estás fazer as coisas menos bem feitas porque não gostas de as fazer?
Que ideia, o tipo é mesmo incompetente e burro.
Pai já te tenho dito que não me parece bem que fales assim das pessoas. E com os teus colegas vai tudo bem?
Mais ou menos, lá na firma há uns gajos porreiros com quem me dou bem mas há um tipo ou dois, sempre armados em santinhos, a dar graxa ao chefe e dizer coisas do resto do pessoal. Um dia deste ia andando à pancada com um deles.
Pai, quantas vezes preciso de te dizer que os assuntos não se resolvem à pancada. Não somos obrigados a gostar de toda a gente nem a estar sempre de acordo mas não é necessário resolver as coisas dessa forma.
Miguel, mas sabes que um tipo às vezes passa-se.
Tens de ser capaz de te controlar pai. Bom, vai lá à tua vida e porta-te como deve ser.
Mas porquê esta conversa toda?
Vou ter uma reunião de filhos e preciso de saber como andam as coisas contigo.

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