sábado, 10 de abril de 2010

EDUCAÇÃO SEXUAL, O EQUÍVOCO

Foi regulamentada a lei que enquadra a educação sexual em contextos escolares. Sempre que por qualquer razão se fala em educação sexual, logo se levanta a questão sobre qual o papel da escola nesta matéria, sobretudo por parte dos que continuam a entender que tal não deve acontecer, posição que me parece assentar num equívoco.
Devo dizer que me surpreende um pouco a natureza da argumentação. Com os estilos de vida actuais, a reorganização dos papéis educativos daí decorrentes, por exemplo, o prolongamento até ao limite do aceitável da estadia das crianças e adolescentes na escola, faz deslizar para o interior dos espaços educativos formais muito do que em termos formativos faz parte da vida das crianças. É também sustentável que, sendo a educação sexual altamente permeável aos valores, as famílias entendem ser sua a tutela dessa área. No entanto, a organização do comportamento social, o estabelecimento de regras e limites e a formação global dos indivíduos também está fortemente ligada a valores e ninguém contesta o papel da escola nesse domínio, aliás, a tendência é, por vezes de forma excessiva, responsabilizar quase que exclusivamente a escola por essa formação.
O contributo da escola em matéria de educação social assenta sobretudo em informação e na construção autónoma e informada duma relação com a sexualidade que seja positiva, informada e adequada.
A ideia de que abordar algumas questões fomentará comportamentos desajustados, tal como na educação sexual também se ouve a propósito das campanhas de prevenção e informação no âmbito da toxicodependência tal como na educação sexual, resulta de um enorme equívoco.
A questão que me parece importante discutir nesta matéria, considerando a autonomia das escolas, é, sobretudo, como promover a educação sexual e quem desenvolve esses programas. Não me parece fazer sentido discutir se deve existir ou não.

2 comentários:

Anónimo disse...

http://tv1.rtp.pt/noticias/?t=Educacao-Sexual-em-Moimenta-da-Beira.rtp&headline=20&visual=9&article=334769&tm=8

Anónimo disse...

Certo-é fundamental formar os formadores. Outras questões:
-Em que área disciplinar inclui a educação sexual?
-Os programas de Ciências já incluem há muitos anos rúbricas sobre sexualidade (eu própria as leccionei há já 30 anos!) ,não poderiam ser acrescentadas algumas?
-Há tantas fontes de informação disponíveis, tal como sobre ambiente,civismo,droga, etc,o que será que realmente falta? É essa a minha dúvida! Maria Fernanda
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