quarta-feira, 11 de novembro de 2009

AS MUDANÇAS E AS NOVAS QUALIDADES

Camões afirmava que “todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades”. A sabedoria popular diria, sempre assim foi, sempre assim há-de ser. Também no nosso mundo se espera a mudança e novas qualidades. Algumas notas sobre as mudanças, ou a falta delas.
A nova equipa do ME mudou a atitude da anterior e, ao que parece, está receptiva a considerar novas qualidades no Estatuto da Carreira e no modelo de avaliação. É uma boa notícia, é preciso mudar o que está mau para que, neste caso, se ganhe qualidade.
Não muda o estado calamitoso da administração do sistema de justiça em Portugal. Agora temos uma despudorada troca de argumentos e meias palavras entre o Procurador-Geral e o Presidente do Supremo Tribunal de Justiça sobre as gravações a Armando Vara que envolvem Sócrates. A mudança seria urgente e a falta de novas qualidades é gritante.
No último ano, por cada dois casamentos verificou-se um divórcio, o abaixamento da natalidade mantém-se ao nível do crescimento negativo ou perto disso, os casamentos pela igreja diminuíram muito significativamente, prepara-se legislação sobre o casamento entre pessoas do mesmo género, estará em discussão a adopção por casais homossexuais, a legislação sobre o testamento vital está na agenda, somos o país da UE em que a população envelhece mais depressa. Tudo isto evidencia as novas qualidades de um mundo em mudança.
Do meu ponto de vista, as novas qualidades que a mudança do mundo traz, umas mais positivas, outras bem negativas, exigem também mudança e novas qualidades na definição das prioridades políticas, na forma de fazer política, nos modelos de desenvolvimento económico e de organização social, etc. Aqui, lamentavelmente, a mudança é quase nula e as novas qualidades, frequentemente, são velhos defeitos.

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