sexta-feira, 30 de outubro de 2009

A GENIALIDADE PÓS-MINISTERIAL

Peço desde já desculpa pela prosa deselegante, certamente ignorante e arrogante, que se segue mas a paciência é finita. Hoje revelou-se mais um caso do que chamo a síndrome de Genialidade Pós-ministerial, o afectado foi o Professor Ernâni Lopes, Ministro das Finanças e do Plano no IX Governo Constitucional e catedrático de economia. Vinha a caminho do meu Alentejo e pelo rádio do carro oiço uma notícia registando o lançamento do seu livro “Economia no futuro de Portugal” e são apresentados excertos de uma intervenção do autor arrasando as políticas sectoriais seguidas em Portugal, traçando um quadro negríssimo da situação e pouco animador para o futuro.
Devo confessar que ando um pouco baralhado, por educação e cultura habituei-me a considerar que os especialistas de uma determinada área sabem sobre essa área. A imprevista crise económica, a falência dos modelos que têm vindo a ser seguidos em termos económico-financeiros abalaram a minha confiança nos especialistas em economia e finanças mas também não sei em quem confiar. Será que é de confiar o futuro da economia aos economistas?
Voltando a apresentação do livro, o repórter de serviço enuncia o que o Senhor Professor prescreve como necessário para o futuro. É extraordinário esta síndrome de Genialidade Pós-Ministerial, uma pessoa foi ministro de uma determinada área, deu o seu contributo para a situação que atravessamos, a história não se apaga, deixa as funções ministeriais e então sabe sempre, sem sombra de dúvida, o que deve ser feito. Reparem na quantidade de ex-ministros afectados por este quadro clínico.
Em síntese e de acordo com a notícia, o Professor Ernâni Lopes defende a necessidade golbal de aumento do PIB e mais particularmentes de aumentar a produtividade, reduzir o défice, aumentar as exportações, foi dito assim. Devo dizer que fiquei espantado com a análise, o seu carácter inovador e inesperado.
Talvez a notícia não tenha sido bem construída e como não li o livro o Professor tenha mais do que isto a sugerir. Mas lá que me irrita, irrita.

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