terça-feira, 7 de julho de 2009

A SERIEDADE DAS ANÁLISES

É evidente para qualquer pessoa, já aqui o referi várias vezes, que a agenda política tomou decididamente conta da educação, é certo que não só da educação. Na questão dos exames essa situação é evidente, não vejo outra forma de entender que a Sociedade Portuguesa de Matemática ache os exames fáceis e a Associação dos Professores de Matemática ache os mesmos exames adequados. Agora é a leitura dos resultados dos exames feita por Valter Lemos, um exercício delirante. Diz o Secretário de Estado que a duplicação da taxa de reprovação a Matemática A no 12º e o abaixamento da média se deve ao discurso produzido de que os exames são fáceis. Notável, os alunos, ou as suas famílias, ouvem e lêem estas coisas e, vai daí, estudam menos. É certo, diz ele, que não parece fácil quantificar os “efeitos prejudiciais” do discurso sobre os exames e que levou ao “desincentivo ao estudo e ao trabalho” por parte dos alunos.
Na minha modesta opinião esta é a pior e menos útil das formas de olhar para os resultados dos alunos. Transformá-los em luta política de má qualidade, seja por parte do ME, seja por parte da oposição, seja por parte de outros actores com agenda própria mascarada de opinião publicada em editoriais ou de discurso de sociedades científicas, é garantir que a mudança fica mais longe.
A educação e a qualificação as pessoas, como outros aspectos, são demasiado importantes para serem objecto de política pequenina.

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