terça-feira, 12 de maio de 2009

NUM PAÍS À PRESSÃO, É SÓ MAIS UMA

Ao que parece, confirma-se que os procedimentos do presidente do Eurojust junto dos procuradores a trabalhar no caso Freeport configuram uma situação de pressão. Aguardam-se os desenvolvimentos do caso mas a generalidade das opiniões dirige-se para eventuais responsabilidades políticas. Não entendo esta preocupação, há décadas que o país vive à pressão, nós estamos habituados à pressão, é assim que funcionamos.
O nosso sistema de justiça é um bom exemplo de como a pressão funciona. Lembrem-se de Valentim Loureiro, Isaltino Morais, Fátima Felgueiras, Vale e Azevedo, Dias Loureiro e todas as trapalhadas conhecidas do BPN e SLN, do BPP, dos perdões fiscais do tempo de Oliveira e Costa, do caso Portucale, da quase inexistência de condenados por corrupção num que país clama sistematicamente contra a existência de altos níveis de corrupção. Lembrem-se das pressões bem sucedidas para alterações de PDMs em muitas zonas do país permitindo vários atentados ambientais. Vejam as pressões sobre professores e conselhos executivos relativamente ao seu desagrado face às políticas do ME implicando ameaças, visitas da PSP e inquéritos a alunos sobre o comportamento de professores. Vejam a pressão exercida pelo inimputável Alberto João na gestão do dinheiro dos contribuintes, leva quem vota.
Lembrem-se da pressão sobre as pessoas criada pelo uso excessivo de figuras precárias e abusivas de contratação laboral. Vejam a pressão asfixiante sobre famílias e pequenas empresas por opções de política económica, no mínimo discutíveis. Vejam a pressão sobre os números e a tortura à realidade para que se criem estatísticas positivas que digam o que se quer que elas digam.
Estou cansado, mas, sem dúvida, habituado à pressão.

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