quinta-feira, 9 de abril de 2009

AS LISTAS

O aproximar das eleições implica um dos mais deprimentes espectáculos que a política à portuguesa nos proporciona, dá pelo nome de “as listas”. De facto a constituição das listas é, normalmente, um processo ilustrativo da nossa cultura política. Esta situação envolve todos os partidos, sobretudo, os que aspiram ao chamado arco do poder. Vejamos o caso da lista para as europeias. No PSD, numa manobra desconcertante da Dra. Manuela Ferreira Leite, sabe-se, ela afirmou-o, que o nome do cabeça de lista será divulgado ainda antes das eleições mas as referências aos elementos integrantes são mais que muitas enquanto as ideias e projectos são menos que poucos. No PS, depois de conhecido o nome de Vital Moreira outro homem “simpático e inteligente” que vai adaptando as suas ideias ao tempo, os outros elementos entre premiados e acomodados, são os suspeitos do costume. Gente disponível para se sacrificar é mais que muita enquanto ideias e projectos são menos que poucos, para além do apoio patriótico a esse homem “simpático e inteligente” chamado Durão Barroso. Ontem ficámos a saber que o Dr. Portas, numa perspectiva de renovação, avança os nomes de Nuno Melo, Diogo Feyo e Teresa Caeiro, ilustres desconhecidos no CDS-PP dispostos ao sacrifício em nome dos superiores interesses nacionais e do partido, ou seja, a capacidade de sacrifício é mais que muita enquanto ideias e projectos são menos que poucos.
Há umas semanas atrás foi divulgado um trabalho que tentava mostrar a actividade desenvolvida pelos eurodeputados portugueses no Parlamento Europeu. A grande excepção era Carlos Coelho do PSD, a esmagadora maioria dos outros não fez rigorosamente nada de significativo, intervenções, propostas ou relatórios. Depois estranha-se o nível de abstenção.

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