quinta-feira, 5 de março de 2009

UM AMIGO PORTÁTIL

Hoje, já ao fim do dia num dos corredores do Metro, estava de saída, começo a notar ao longe alguém que caminhava na minha direcção e que, quando comecei a reparar na figura, me parecia envolvido numa estranha coreografia, pois andava, voltava-se para o lado, gesticulava como se estivesse a falar para alguém que caminhasse ao seu lado. Quando se aproximou mais, acabando por se cruzar comigo, reparei que o moço, tratava-se de um sujeito na casa dos vinte, falava ao telefone com um daqueles dispositivos com micro e fones que deixam as mãos livres. Quando passou mais perto, ria-se de forma entusiasmada e falava para o “outro(a)” que caminhava ao seu lado sempre com uma coreografia gestual bastante expressiva. Ainda olhei, discretamente, para trás e a personagem continuava em animado diálogo com a sua “companhia”.
Achei piada a esta situação que os telemóveis, também, permitem, a portabilidade das pessoas. De facto, aquele amigo, com a ajuda do telemóvel, tinha pessoas portáteis, alguém com quem interagia como se estivesse ao seu lado. Com estes dispositivos e com alguns euros, temos amigos portáteis sempre à mão.

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