terça-feira, 3 de março de 2009

FAZER PERGUNTAS

Hoje estava a ouvir uma conversa entre duas pessoas que, pela natureza da mesma, pareciam gente da escola e que falavam duns miúdos “chatos”, “daqueles sempre a fazer perguntas”, sempre a atrapalhar. Lembrei-me de uma história que há algum tempo me contaram no Alentejo. Um sujeito concorreu a um lugar, foi aceite, foi ver o seu novo lugar e aprender a tarefa com quem a tinha desempenhado e estava de saída para a reforma. A tarefa era realizada à beira de uma linha de comboio e exigia que de hora a hora ele levantasse uma bandeirola. Querendo mostrar motivação o novo trabalhador perguntou, “levanto a bandeirola de hora a hora, é quando o comboio passa?”. O sujeito de saída responde, “não amigo, há muito tempo que o comboio já não passa por aqui”, “então se o comboio já passa por aqui, porque raio tenho de levantar a bandeirola?”. “Ó amigo, estive aqui 40 anos e não fiz perguntas, você está chegar e não pára de perguntar!”
Realmente, não se entende, se não fizermos perguntas somos muito mais felizes. Os miúdos não aprendem.
Porque será?

1 comentário:

Anónimo disse...

(".. a sua [do ser humano] originalidade profunda consiste em ser um animal dotado de despropósito." Edgar Morin, O paradigma perdido - A natureza humana)

Escudando-me com despudorada cobardia atrás da opinião de Alguém mais sábio, deixo, talvez a despropósito, esta sugestão:

Clifford Stoll

Peço desculpa se já conhece(m).
Com agradecimentos a Chichas, que encontra estas coisas por aí.