sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

UMA HISTÓRIA FEIA

Os tempos não vão fáceis, antes pelo contrário, as dificuldades são enormes e, nas mais das vezes, transcendem a nossa capacidade individual de as prevenir ou remediar. No entanto, estes tempos ainda ficam mais pesados quando nós, ou alguns de nós, por comportamentos ou discursos ainda os tornamos mais difíceis, mais feios, acho eu. Atentem nesta história que hoje entrou cá em casa. Uma senhora das nossas relações, Mãe de um jovem adulto com uma severa deficiência motora e mental que se desloca exclusivamente em cadeira de rodas e sem autonomia, depois de realizadas as compras no supermercado, chegou com o filho à zona das caixas e colocou-se na fila da caixa com prioridade. Uma senhora diz-lhe “então a aproveitar-se” e continua depois do ar perplexo da Mãe “aproveita-se da situação para se safar”. A Mãe, embaraçada, ainda tentou explicar que a situação do filho na cadeira de rodas e mais as compras era complicada mas ouviu, “ele está melhor que eu, está sentado”. A Mãe fugiu dali para não bater na senhora.
Que se passa na cabeça das pessoas que as torna tão feias? É da crise económica? É da crise dos valores? Como pode uma pessoa estar tão doente ou ser tão infeliz que precisa de cobrar alguma coisa a uma Mãe naquela situação? Têm alguma ideia?

1 comentário:

Anónimo disse...

Penso que este tipo de pessoas (que de facto encontram nas filas de supermercado um bom pretexto para dar azo às suas agonias), foram sempre feias. Depois, com o tempo, refinaram a sua fealdade!
História triste esta, mas infelizmente muito comum, especialmente em filas.