terça-feira, 4 de novembro de 2008

O MEU AMIGO ANTÓNIO É UM POETA

Neste sábado, na feira dos Santos que se realiza no Alvito, encontrei-me com um amigo lá do meu Alentejo, mais precisamente de Vila Nova da Baronia, com quem me tenho cruzado em diferentes esquinas. Já com as amêndoas, as nozes, o queijo e o presunto comprados ficámos um bocado nas lérias. O meu amigo António é um homem bem disposto, com uma atitude positiva face à vida, encarando-a tal como ela acontece e, sempre que possível, com um sorriso. Por isso, estranha a forma complicada como muitas pessoas se organizam. Diz ele que há pessoas que, quando está calor, ligam o ar condicionado do carro até terem frio e, em seguida, pagam para ir transpirar para um ginásio. Quando está calor é para se ter calor e quando está frio é para se ter frio, diz o meu amigo António. Aprendeu a ver assim a vida com o pai, trabalhador no campo alentejano que, criando oito filhos e trabalhando de sol a sol, à noite cantava umas modas e dizia uma lérias para os filhos se rirem, pois é muito importante que a gente se ria, tenha a barriga cheia ou a barriga vazia.
O meu amigo é um poeta que, seguramente, foi um puto feliz, umas vezes de barriga mais cheia, outras vezes de barriga mais vazia. Por isso é um homem bom.

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