sexta-feira, 17 de outubro de 2008

A FELICIDADE PEGA-SE, A INFELICIDADE TAMBÉM

Uma das características que sempre admirei no meu pai era a capacidade de, durante a maior parte do tempo, aparentar uma notável boa disposição e empatia. Este assim estar, tornava-o numa pessoa muito apreciada e aceite pela generalidade das pessoas. Lamentavelmente, só meu irmão herdou esta dádiva.
Há medida que cresci, comecei a aperceber-me de que, como não podia deixar de ser, o meu pai nem sempre estava tão bem quanto parecia, sendo que, na fase final da sua vida estaria mesmo mal, embora mantivesse, quase sempre, a habitual boa disposição.
Sempre me pareceu, como para a maioria das pessoas, creio, por lado, estranho e, por outro lado, difícil mostrar um estado diferente da alma. Por isso, perguntei uma vez ao meu pai por que razão fazia aquele difícil “teatro” de fingidor.
Com o ar de sempre, disse-me que, na verdade, a vida de fingidor não era fácil, mas que a vida lhe tinha ensinado que “a felicidade pega-se e a infelicidade também”. Ainda hoje e, provavelmente, sempre, me sinto incapaz de tamanha generosidade.

1 comentário:

Anónimo disse...

... é pá, tu até és um gajo porreiro. Se não fosse aquela mania estar sempre a comentar tudo... até que te pagava o café de vez em quando. Agora assim? Fujam que lá vem o Morgado!!!....