quarta-feira, 6 de agosto de 2008

SEM NINGUÉM POR PERTO

Era uma vez uma mulher chamada Mãe e uma rapariga pequena chamada Filha. A Mãe e a Filha gostavam uma da outra, parecia, mas a sua relação era difícil. A Mãe lidava com a Filha como se ela já fosse mais crescida e a Filha comportava-se como se fosse mais pequena do que era. Os conflitos eram frequentes.
Um dia, no jardim, a Mãe estava com a Filha e os incidentes repetiam-se. Pertinho, atento ao que se passava, estava o Professor Velho, aquele que está na biblioteca da escola e fala com os livros. Reparando nele, a Mãe desabafa para o Velho, “não me consigo entender com esta miúda”.
Naquele jeito de falar baixinho, disse o Velho, “Sabes Mãe, quando estás com a Filha, sem que te dês conta, estás com uma rapariga que existe na tua cabeça e que não é igual à Filha. Por sua vez, a Filha está um bocadinho perdida porque, sem perceber porquê, sente que tu, Mãe, não estás com ela, o que a assusta e faz ficar “pequenina”, à espera de protecção. Acho que era bom que vocês se encontrassem, sem ninguém por perto”.

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